terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

11-1 = 15

            Podem questionar-se sobre os meus conhecimentos matemáticos,mas foi mesmo esta operação matemática que eu construí na análise do derby Sporting-Benfica. Sucintamente, o título reflecte o jogo de ontem, sendo que o Benfica ficou a jogar com menos um elemento cerca de 45 minutos no terreno do eterno rival e terminou por conseguir uma vitória (diga-se justa!) que colocou os encarnados a 15 pontos de um Sporting cada vez mais apático.
            Começo por enaltecer o espírito de todos os adeptos sportinguistas que se deslocaram ao seu estádio para apoiar uma equipa que pratica um futebol paupérrimo, sem fio de jogo e onde os jogadores não se encontram em campo. Na minha opinião, cerca de 35 mil adeptos do Sporting no estádio é obra!Não acredito sinceramente que isto acontecesse nos outros dois clubes "grandes" se as respectivas equipas praticassem um  futebol que não é digno de equipa "grande".
             Quanto ao jogo, Paulo Sérgio teve de alterar um pouco os nomes do onze inicial face às lesões de Valdés e Carriço e pelo castigo de Evaldo. Os jogadores que tomaram os lugares dos titulares cumpriram as funções, apesar de Grimi estar envolvido pela negativa no primeiro golo dos encarnados. A diferença das duas equipas esteve na atitude e crença dos jogadores, visto que numa altura em que o Benfica passa a jogar com 10 elementos, o Sporting tem 45 minutos para ter mais espaço para construir jogo e, ao contrário do que era esperado num jogo destes, o Sporting limitou-se a fazer passes longos (sem qualquer sentido) para as traseiras da linha defensiva encarnada que terminavam sempre para lá da linha de fundo.
               É no momento das substituições que eu acho que o treinador do Sporting não foi muito inteligente, se a entrada de Salomão só peca por tardia, a entrada de Saleiro e Maniche nada acrescentaram, pelo que também não entendi a saída de Pedro Mendes numa altura em que o Sporting precisava de um construtor de jogo.
            Em suma, o Sporting não foi capaz de aproveitar a desvantagem numérica do adversário por expulsão de Sidnei e em 45 minutos só conseguiu por à prova Roberto numa situação. Destaco pela positiva as exibições de Postiga e Djaló por terem sido os jogadores do Sporting que mais se destacaram em campo (o que não é necessário muito visto que a equipa trabalha a 10 à hora!). Quanto às exibições da parte do Benfica, destaco Nico Gaitán e Salvio, não pelos golos mas pelas batalhas que venceram sempre aos seus marcadores directos. Terminou mais um derby, o Sporting prepara-se para entrar no último terço do campeonato com apenas um ponto a mais que o Guimarães, mas com deslocações complicadas a Guimarães, Porto e Braga...como terminará o Sporting este campeonato e a época?Continua a luta já na quinta-feira frente ao Rangers.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Novas Oportunidades

          As novas oportunidades fazem hoje as delicias de milhares de portugueses, que por várias razões não puderam terminar a actual escolaridade obrigatória ou que pretendem frequentar um curso profissional que lhes "abra" mais portas no mundo do trabalho, cada vez com menos oportunidades.
           Hoje decidi abordar o tema das novas oportunidades no mundo futebolístico português, que nada têm a ver com as "Novas Oportunidades" com que se deparam os portugueses actualmente.
           O meu primeiro registo vem das sucessivas "Oportunidades" que são dadas a dois treinadores, (para surpresa de poucas pessoas acredito!) os seus nomes são: Paulo Sérgio e Carlos Azenha. O treinador do Sporting não consegue passar a mensagem adequada aos seus jogadores, o que faz com que a equipa não apresente um fio de jogo com qualidade e os seus jogos não passem de 90 minutos de tédio! Por sua vez, o actual treinador do Portimonense, que teve uma passagem desastrosa por Setúbal, continua com os seus resultados bastante negativos em Portimão. Desde que entrou para o comando do Portimonense no final do ano, o treinador liderou a equipa em 5 jogos, obtendo um saldo de 4 derrotas e 1 empate, é obra Carlos!
            A minha segunda análise vai para Sidnei, Otamendi e Carlos Martins. O primeiro, depois da saída de David Luiz, entrou para o onze e hoje em dia, nem os mais cépticos criticam a saída de David Luiz no plano desportivo. Sidnei também sabe sair a jogar, está seguro, concentrado, marca golos e, sinceramente, Luisão é uma grande ajuda, à semelhança da dupla de sucesso que formou com David Luiz. Otamendi ,depois de alguns jogos a suplente demonstra ser o melhor colega de sector de Rolando, sendo notório o seu faro para o golo - o que não é normal num central - além desta qualidade, o central posiciona-se bem e apresenta uma maturidade acima da média para um jogador que faz a sua primeira época na Europa.
            Carlos Martins é um caso diferente, as poucas "Oportunidades" podem justificar-se com a inconstância exibicional de Aimar (fez um jogo excelente mas depois faz três medianos). Carlos Martins merecia mais oportunidades e ontem demonstrou-o a Jorge Jesus! No final do encontro, fez um golo de levantar o estádio e provou que pode ser opção, numa fase em que o calendário fica mais apertado e que é certo que o argentino não vai aguentar em termos físicos...
          

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Mais um domingo à tarde...

     Ao contrário das análises que costumo fazer, hoje dediquei-me a todos os jogos deste domingo, referentes à 18ª jornada da Liga Zon Sagres.

Académica – Beira-Mar (3-3)
          Começo por dar os parabéns às equipas da Académica e Beira-Mar por terem disputado uma partida excelente, com uma grande intensidade que só terminou com o apito final. O dérbi da zona centro acabou empatado a três golos, numa partida que contou com reviravoltas e oportunidades constantes para as duas equipas, onde o futebol saiu vencedor sem dúvida.

Leiria – Olhanense (0-2)
          Grande jogo do Olhanense esta tarde, a equipa de Daúto Faquirá alcançou dois golos de vantagem nos primeiros 25 minutos de jogo, gerindo a segunda parte do jogo a seu belo prazer. A equipa atingiu assim a segunda vitória consecutiva na condição de visitante, ocupando actualmente um fantástico sétimo lugar na classificação.

Portimonense – P.Ferreira (0-1)
          Outra das surpresas esta temporada passa pela fantástica prestação da equipa do Paços, apesar do jogo de hoje não ter sido exemplo disso. O Portimonense esteve claramente por cima, criando várias oportunidades, mas pecando muito na finalização. Na minha opinião, o jogo ficou marcado por um erro do árbitro João Ferreira, num lance em que deveria ter mostrado vermelho directo a André Leão (jogador nuclear no Paços) aquando do derrube de Pedro Silva II que estava apenas com o guarda-redes pela frente. Parece-me que o clima das cidades do litoral português, não faz muito bem a Carlos Azenha, que depois de uma passagem horrível pela cidade de Setúbal, passa agora por bastantes dificuldades em Portimão.

V.Guimarães – Nacional (0-0)
          No jogo entre duas equipas candidatas aos lugares europeus, imperou o futebol com coração e com pouca cabeça. O Guimarães esteve mais afoito e criou mais oportunidades na primeira parte, com lances anulados apenas pelo incrível Bracalli que chegou a defender uma bola sobre a linha de golo. Na segunda parte o Nacional tentou equilibrar e criou algum perigo, mas a equipa vimaranense esteve mais forte. Resultado muito “simpático” e sofrido para o Nacional na cidade Berço.

FC.Porto - Rio Ave (1-0)
          O encontro entre o Porto e o ainda "aflito" Rio Ave foi, ao contrário daquilo a que a equipa do Porto nos habitua em casa, um jogo equilibrado principalmente na segunda parte do jogo. Ao intervalo o Porto dominava os acontecimentos e o Rio Ave apenas tentava em contra-ataque, com James Rodriguez, Varela e Hulk a dinamizarem a frente de ataque com qualidade. Na segunda parte, viu-se um Porto mais apático,à semelhança do jogo contra o Benfica. Principalmente nas zonas recuadas, o Porto foi uma equipa pouco concentrada e a equipa do Rio Ave obteve grandes oportunidades para poder alterar o resultado.

V.Setúbal - Benfica (0-2)
          Em Setúbal, o Vitória começou melhor devido ao baixo ritmo do Benfica. A partir dos 20 minutos de jogo, o Benfica começou a dividir o jogo e obteve duas grandes oportunidades por Luisão. O Benfica chega ao golo no momento crucial dos jogo, a 30 segundos do apito para o intervalo Gaitán marca na sequência de um grande passe de Saviola. Na segunda parte o Vitória começou melhor novamente mas eis que acontece na minha opinião o segundo momento do jogo: numa altura em que o Setúbal estava por cima, M.Fernandes colocou William na frente e retirou Silva, o que fez com que o Vitória passasse a perder o controlo do meio campo, a partir daí o Benfica dominou e poderia ter feito mais golos, Miguelito e o egoísmo de Gaitán não deixaram. Nota para Jara que volta a mostrar que é um verdadeiro finalizador e para Luisão, que por momentos me "enganou" com os seus dotes de Ronaldinho! 



quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

E tudo Coentrão levou...até vermelho!

     Como prometido, faço a análise do clássico de ontem entre as duas melhores equipas portuguesas da actualidade, o Benfica e o Porto. Começo primeiro por engrandecer o trabalho das forças policiais, que fizeram com que não existissem problemas de maior entre os adeptos das duas equipas (fora o facto do autocarro do Benfica ter sido de novo apedrejado,mas isso já é habitual aquando das viagens ao Porto).
     Falando propriamente do jogo, tanto o "miúdo" como o "graúdo" tentaram trocar as voltas um ao outro, estas alterações só me levam a uma conclusão: O jogo foi bem preparado pelos dois treinadores,mas a febre de Jesus pela Taça de Portugal falou mais alto.
     Villas-Boas apresentou uma equipa com duas alterações que para mim, fizeram toda a diferença: Sereno não é um lateral, sendo o Porto uma equipa que ataca pelas alas com excelência, Villas-Boas devia ter apostado em Fucile que é mais atacante e dinâmico, podendo assim criar muito mais perigo pela ala esquerda. A outra aposta falhada, foi a de Hulk no centro do ataque, que retira mobilidade ao jogador e a sua capacidade de improvisar fica muito mais reduzida. Nota também para o facto de se notar MUITO a falta de Falcão no ataque.
     Jorge Jesus apostou numa estratégia de contra-ataque, que deu frutos logo na primeira meia-hora, com um Fábio Coentrão endiabrado (nota para o lance do segundo golo, onde ganha a disputa de bola a Sapunaru e Varela). Jesus colocou surpreendentemente Peixoto no centro do meio campo, perto de Javi Garcia e ganhou mais músculo no meio campo, protegendo também o lado esquerdo do Benfica aquando das subidas de Coentrão e Gaitán, este último que fez um grande jogo de sacrifício e entrega.
     Concluindo, Jesus ganhou a Villas-Boas no plano táctico ao apostar num meio campo mais musculado e com as linhas bastante compactas e juntas na hora de defender, o que não acontecia com o Porto, onde simplesmente não foram visíveis Belluschi e Moutinho.Para além do aspecto táctico, Jesus ganhou também no plano psicológico, passando a mensagem certa aos seus jogadores, o Benfica foi uma equipa dinâmica, sem medo de ter a bola e enfrentando um adversário forte na sua própria casa. O Porto por sua vez, foi uma equipa apática, sem ideias e que sub-valorizou o Benfica, um pouco à semelhança do que aconteceu com o Benfica na Supertaça no inicio da época.
     Destaco as exibições pela positiva de Varela pelo Porto e as de Coentrão, Peixoto e Luisão pelo Benfica, o árbitro Paulo Baptista esteve muito bem na partida, o lance de Coentrão é correcto e os penaltis reclamados pelos jogadores do Porto não tiveram razões para serem assinalados.
     Resumindo, vitória justa da equipa mais forte em campo, o FC Porto esteve irreconhecível e não conseguiu impor-se mesmo com um elemento a mais. Dois golos de vantagem que o Benfica leva para uma segunda mão, que dão excelentes perspectivas à equipa de alcançar a final da Taça de Portugal, depois de 5 anos em que o Porto chegou a 4 finais, vencendo 3 destas...